segunda-feira, 5 de março de 2012

Falta de identidade... Falta de identidade... Falta de identidade

Por Diego Dunga 

Na tarde de terça-feira, fui ao estádio José Mammoud Abbas, para a minha rotina diária de acompanhar os treinamentos do Democrata para o Campeonato Mineiro 2012. O foco do time é no jogo contra a Caldense, na próxima segunda-feira (5), às 20h30, no mesmo campo, em Governador Valadares, pela quinta rodada do Estadual. Cheguei no local de treino e sentei ao lado dos assessores de imprensa, Caio Mourão e Adriana Marques para acompanhar o trabalho.
Quando fui tocar no assunto sobre a presença maciça da torcida cruzeirense no ‘Mamudão’, os dois se declararam “chateados” com o público valadarense, em especial ao torcedor celeste, que preferiu apoiar incondicionalmente a Raposa ao time da cidade. Também tive a mesma reação durante a partida do último sábado. De certo modo, acredito que boa parte daqueles cruzeirenses vieram de outras cidades da região e até do Espírito Santo para ver seus jogadores favoritos, que só acompanhavam pela TV durante o ano inteiro. Mas o que aconteceu com os valadarenses?
Foi ridículo ver alguns amigos que moram por aqui, vaiarem o time da sua própria cidade e até gritarem o Democrata como “SEGUNDA DIVISÃO!”. Porém, infelizmente, a Pantera tem poucos adeptos que realmente torcem pela equipe valadarense. Em sua maioria, gostam de outro time, tanto de Minas Gerais, como do Rio ou São Paulo. Porque? O time do Democrata, infelizmente, só dura entre novembro a maio de um ano. No restante, fica de portas fechadas, devido a falta de recursos financeiros para dar continuidade a um trabalho. Com tudo isso, o time não cria uma identificação firme com a população valadarense, o que ocasionou uma decepção na diretoria do clube.
Já ouvi relatos de amigos, que moram em Governador Valadares, dizendo que odeiam o Democrata. Olha a que ponto chegamos! Sei que é uma situação complicada, mas é hora do alto comando do clube, trazer parte desta identidade de tempos atrás para a atualidade. Precisa cobrar mais do poder público municipal; buscar o empresariado local ou até de outras localidades que se interessam no futebol; se dedicar nas categorias de base democratense, pois ali é o alicerce para um bom trabalho em longo prazo; melhorar a infra-estrutura do estádio para o torcedor, etc. Enfim, vários pontos que farão a torcida em gostar mais do clube.
Quero deixar claro, no fim deste texto, que torço pelo Cruzeiro e para o Democrata. Também sei que vários cidadãos de Valadares amam o clube, a ponto de viajarem de ônibus para distâncias cansativas, só para ver o time jogar. Só acho que o ‘Mamudão’ do último sábado, daqueles 8.650 torcedores que estiveram presentes, uns 5% torciam realmente para a Pantera como eu.